Comecei a me interessar pelo Rock Argentino, no fim de 2004 começo de 2005.
Uma das músicas que me marcou essa época foi "Capitan Beto", sempre recomendo.
Com o tempo fui conhecendo mais e mais bandas, fazendo comparativos com o rock em outros países...enfim coisas que ainda não externei aqui e nem vai ser hoje.
Hoje, o assunto é um que está nos noticiários argentinos.
O baterista de uma famosa banda argentina, CALLEJEROS, é acusado de atear fogo em sua própria mulher.
Se já não fosse o bastante, há ainda algo muito mais sinistro por trás.
No fim de 2004, uma casa de rock em Buenos Aires, chamada Cromagñon, pegou fogo
matando 194 pessoas, depois do disparo de foguetes intermitentemente dentro do lugar fechado como era costume nos shows de rock de bandas como CALLEJEROS que tocavam naquela fatídica noite.
A história da banda é triste, e a sina parece segui-la...por muito tempo foram acusados de serem culpados pela tragédia, pois incentivavam os fogos, não queriam ir contra seu público, e como todos os jovens se achavam invencíveis...morreram fãs, namoradas, mães...a banda demorou muito tempo a se manifestar e a voltar a tocar.
Em agosto de 2009 foram finalmente absolvidos.
A primeira vez que estive em Buenos Aires foi em maio de 2005, para um show do White Stripes e na época não tinha sacado a dimensão da tragédia, e estranhava ninguém querer ir a locais fechados...até recebi umas explicações, mas enfim fica mais fácil entender quando morre tanta gente de uma mesma geração, provavelmente cada pessoa perdeu um amigo e a argentina uma parte do seu futuro que nunca conhecerá. Demora a superar a dor e o medo.
O tempo passou e eu continuei sempre escutando o rock argentino, bandas diferentes, inclusive sempre gostei muito dos Callejeros, canções como "Brillan Los Fantasmas" e "9 de julio"...hoje quando penso em Callejeros ou em Cromagñon impossível não me vir a mente uma passagem de Brilan Los Fantasmas "...que bueno seria se alguién escuchara mis gritos..."
Foi um choque muito grande para uma geração..não tivemos graças a deus tragédias como essa por aqui que eu me lembre, e mesmo sobre a Tragédia de Cromagñon quase ninguém aqui lembra ou sabe o que foi, isso infelizmente.
Após um tempo lendo bastante sobre o rock argentino entendo muito mais sobre como um acidente destes foi possível.
Aliás aqui temos uma nota que está no site oficial da banda sobre o ocorrido com seu baterista, Eduardo Vázquez e esposa
Mas não vim aqui discutir culpados e inocentes. Vim aqui ressaltar essa triste situação que se abate sobre essa banda (sem pena ou dó) que é triste mesmo...
E vim também indicar um livro excelente que li, sobre a evolução do rock na argentina, para quem quiser conhecer um pouco mais do rock hermano:
Deve ter em diversas livrarias online pra vender e garanto q vale o investimento.
E quem quiser depois trocar uma idéia com o autor, Sergio Marchi, encontrei ele no Facebook.
Ainda estou ansioso pelo seguinte lançamento:
E peço aos meus leitores argentinos que me deêm mais sugestões de livros contando sobre seu rock.
Por fim, mais duas coisas:
COISA 1:
- deixo um vídeo dos INTOXICADOS...a música conta um fato real de quando o vocalista Pity Alvarez (de quem li uma excelente entrevista na Rolling Stone Argentina do começo de 2008 senão me engano...contando de seu Reveillón junto a Charly Garcia tocando os dois sozinhos e acompanhados na casa de Charly) em sua infância teve grande parte do corpo queimada...aliás esse mesmo vocalista esteve ontem no palco do Cosquín Rock frente a sua banda original VIEJAS LOCAS...a gravação original da música abaixo conta ainda com a participação do mítico Andres Calamaro...
COISA 2:
- para quem quiser conhecer melhor o rock do sul do Brasil existe um livro no estilo do "Mate-me Por Favor" que é tri massa com depoimentos de vários artistas que ajudaram a construir nossa cena nas décadas passadas...falta no mercado ainda algo que retrate o cenário atual!!!!
sale justo ahora la noticia de fuego y una muerte en mi ciudad... http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2809194.xml muy cerca de donde yo vivi 1 año y medio atras y donde hoy viven mis hermanos...
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4 comentários:
excelente teu conhecimiento do rock argentino.
cromagnon pra nos e un tema muito dificultoso.
abrazo.
Para muchos de mi generación, el rock chabón fue la muerte del rock, pero no precisamente por sus bandas, sino por quienes las representaban y como se mueve el circuito.
Hoy, los jovenes de Argentina no escuchan rock, o se vuelcan por la cumbia/reggaeton (como o funk no BR) o no gustan de la musica.
Gracias por los comments.
Pablo, hay esperanza.
Oi Alvaro, primeira vez em teu blog. No?
Realmente es sorprendente tu conocimiento de nuestro rock.
Yo acuerdo bastante con Pablo respecto del "rock chabon" digamos de esta suerte de estilo que engloba a grupos como Callejeros o Intoxicados.
A mí no me gustan demasiado sus propuestas, me parecen muy parecidas y bastante básicas desde lo musical, pero no juzgo su música sino la utilización de ciertas conductas relacionadas con códigos barriales, o marginales en varios casos, que no son más que una postura maniquea. Callejeros por ejemplo, contó mucho tiempo con una poderosa productora atrás que los manejaba y que se encargaba de su imagen y de la de otros grupos bien diferenciados con su estilo como Miranda, una banda pop absolutamente en las antípodas.
Todo lo que vino después del terrible suceso de diciembre de 2004 es algo terrible que va más allá del rock y de la música.
Un abrazo
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