Cara de anjo, alma de demônio.
Essa descrição de Chet Baker, um entre tantos Dorian Grays que já pisaram nessa Terra.
Li esse mês que passou a biografia, do Trompetista citado acima, chamada "No Fundo de Um Sonho - A Longa Noite de Chet Baker" de James Gavin. Foi bem chocante, mas muito proveitoso. A leitura me abriu defnitivamente a porta para o Jazz, entrei pela porta do Cool Jazz da Costa Oeste norte-americana. Eu até já escutava alguma coisa de Duke Ellington, Davis, Armstrong e Lee Morgan, mas não tinha o menor conhecimento de causa, para uma conversa na mesa de um bar por exemplo, aquele entendimento que tenho do Rock por exemplo, de A a Z. O livro veio parar em minhas mãos emprestado pela minha professora de inglês, e veio a calhar que devido a inauguração do Teatro Bradesco fui obrigado a cancelar uma cadeira do MBA o que me deu algumas noites a mais de leitura nas últimas semanas.
Mas falemos mais um pouco de Chet, a única coisa que o cara fez na vida foi, tocar trompete para poder se drogar com Heroína, Metadona, Speedball até o último dia de sua vida, transformar suas mulheres em babás e roubar e se aproveitar da boa-fé de seus fãs e amigos. Um curto e talvez injusto resumo. Afora isso cabe dizer que o cara tocava muito, e de uma maneira muito especial ter o Youtube como companheiro dessa leitura foi excelente. Confere o cara em ação num documentário sobre ele, em seus últimoas anos de vida:
E nesse nos velhos tempos fazendo duas coisas que ele gostava de verdade...tocar e se drogar
Bom esse foi Chet...suicidou-se pulando de uma janela de um quarto de um hotel barato em Amsterdã.
ROCK GAUCHO é um tema que eu volta e meia trato por aqui...lendo esse livro do Chet, tendo visto recentemente o Cazuza na Globo, lendo toda hora em Blogs e revistas notícias da Winehouse, Britney, Beth ditto, Pete Dohertys...etc...
Cada dia mais eu acho que para consolidarmos uma cena local decente de rock, de vanguarda, pra puxar o resto do país, precisamos de mais engajamento da juventude, dos universitários, dos vagabundos, da imprensa e principalmente dos músicos.
Na minha teoria, falta um líder da cena. Falta um louco, falta gente que venha para causar, que não queira comprar uma atitude. Acho que atitude não se compra. Mas também acho q são muito poucos os que nascem com ela. Mas também acho que PODE-SE FORJAR. É como vender a alma ao diabo. Mas é como eu falo, volta e meia pergunto pra um ou outro, - Tu acredita em Deus? em alma? - a resposta você pode adivinhar, a maioria das vezes é não. Aí eu digo assim, então me vende tua alma por R$ 2,00 já que tu considera que nem tem, eu monto um documento no computador tu assina e eu registro em cartório...em seguida me taxam de louco...na verdade vi algo parecido certa vez nos Simpsons...e num filme aco que Crossroads...mas dá a moral da história.
Pra ter cena, tínhamos que ter uma banda fornecendo material pra Noize, Voids, Mycool e etc da vida. Ficamos todo dia atrás da melhor banda da última semana, do último Hype pq abrimos o canal para todos divulgarem, mas poucos aprenderam a lição de como segurar a atenção como criar a cena. Não bastam muitas vezes somente boas músicas ou somente atitude. Falta essa combinação. O mínimo que se espera de uma banda que se diz punk é que ela tenha atitude punk. Faça algo diferente. Faça o fato, a notícia a atitude. Aí temos os festivais onde não acontece nada, pq é todo mundo profissional.
Nossos artistas não se drogam (só fumam maconha e cheiram cocaína controladamente), não brigam, não quebram tudo. Pô, tem que ser chato. Tem que dar um soco na cara de quem tu ñ gosta. Tem que tocar além do tempo que combinaram que tu tocaria no palco, ou bem menos, mas mandar muito bem e se virar sem dar resposta. Tem que chamar a galera pra cima do palco. Tem que chutar o cara que tentou invadir o palco de volta pra pista. Não pode ficar esperando o que vai acontecer, tem que fazer acontecer.
Se tu tah num festival, invade o palco da outra banda e dá um mosh na plateia. Xinga a banda que tocou antes, toca uma música da banda que vai tocar depois. Um show tem que ser porreta, tem que ser direto, tem que ser avassalador, tem que ser nervoso, tem que ser tenso, tem que ser cool e interessante pra tu curtir cada instrumento, com solos sem virtuose, o solo tem que ter riff e harmonia senão vira punheta. Ah...eu tava irritado mesmo.
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