Sei que ninguém mais tem me lido (se fazendo de coitado). Todavia ainda tenho a necessidade de alimentar esse blog com alguns pensamentos, idéias e opiniões.
Hoje vou falar sobre algo que está muito em voga, e sendo discutido em vários âmbitos.
Vou falar sobre música e mercado fonográfico. Em primeiro lugar queria manifestar minha insatisfação com a seguinte questão, o mercado da música parece estar levando mais atenção de todos do que a música em si, que em suma sempre será o mais importante, e que no fim é o que vai perdurar. Veja-se os casos atuais:
- Se debate mais o impacto na indústria do lançamento via web, ao preço que o ouvinte decidir pagar, do novo álbum do Radiohead, In Rainbows, do que a qualidade do álbum em si, que aposto, a grande maioria nem se deu ao trabalho de ouvir (eu por exemplo, admito não ovui ainda, nem comprei o álbum, nem baixei...ainda estou no “Ok Computer” hahahaha).
- O último álbum do White Stripes, “Icky Thump” da mesma maneira, recebeu mais comentários sobre ter sido lançado em formato de pen-drive e EPs em vinis coloridos, e até mesmo sobre os clipes bizarros lançados antes do disco no youtube. Este disco sim, eu ouvi e considero muito bom, pena q na maioria das críticas q li, o mais elogiado foi justamente as inovadoras ações de marketing...mas tudo bem, as bandas tem parte nisso também né?
- Para completar vou comentar a ironia q é ver o novo álbum do Paul McCartney, ser considerado revolucionário por estar a venda na rede de café Starbucks (ainda não têm aqui né?), o do Prince por ter inovado colocando o álbum a venda junto com uma revista (nossa q inovador hein!!!!), e enfim...a Madonna gente, falam mais do filho dela, do fato de ela ter agora uma gravadora gerindo suas turnês do que sobre a importância musical dela, e pra terminar...a bagunça é tanta q não cheguei a escutar o último trabalho destas três criaturas, sabe por quê? Sabe né...
Bom continuando, entendo que hoje a imprensa está dando mais importância para as transformações do mercado da música do que para a transformação da música em si (pq isso já saiu de pauta, agora que nos acostumamos com o mp3, ipod, e shows de artistas que nunca pegaram um instrumento musical pré-Bill Gates/Steve Jobs). Temos que também está repercutindo muita a volta dos artistas consagrados das décadas passadas, que consumidos pelo consumismo estão sendo obrigados a voltar a ativa, pois seu sustento não está mais garantido pelos cds. Eu sempre disse q os Stones é que estavam certos (me gabando), enquanto alguns os acusaram de circo necrófilo, eu diria que eles foram é muito honestos, pois podiam ter abandonados os palcos durante toda as décadas de 80 e 90, na minha modesta opinião não o fizeram pois são gratos e muito responsáveis pelo seu público e equipe que acompanha a turnê e depende disso para sobreviver. Agora ver outras bandas voltando para se resolverem, isso têm sido deprimente. Mas como Pete Townshend falou, eu é q não sairia de casa para ver estes velhos no palco. Mas bem , Pete, para nós vocês não são só velhos, são os reis do rock’n’roll. Chegou o momento que vocês mais esperavam, eu entrar na minha tradicional contradição. O que é curioso para mim é isto, a gente malha os caras, mas vejam que eu comecei a ouvir música com os discos dos anos 60 e 70 desses velhos q estão voltando a ativa. E no fundo pouco nos importa se eles estão velhos, se a voz já não é mais a mesma, o que nos leva ao show deles, não é o formato como lançaram um disco, não é a propaganda para um carro, ou um clipe que eles fizeram, é a música que compuseram e o comportamento que moldaram, há muito tempo atrás. E no fim das contas, o The Who por exemplo lançou um álbum chamado Endless Wire, que para mim foi tão bom quanto os anteriores, e devo admitir que só consegui entende-lo mais de um ano após tê-lo baixado da internet, quando semana passada assisti ao documentário sobre a banda: AMAZING JOURNEY: THE STORY OF THE WHO. Essa sim, me parece outra saída financeira pra estas bandas antigas, um documentário que faça juz a sua história, vi muitos filmes, e documentários de bandas, dos Stones, Beatles, Bob Dylan, The Doors...mas gente esse do Who é o melhor, talvez por culminar com o retorno da banda...
Na verdade eu me desvirtuei, viajei e me perdi, eu queria só falar no fundo que esse documentário é muito bom e vocês devem assisti-lo...se não quiser não precisa comentar nada (me fazendo de coitado).
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Um comentário:
A reflexão a ser feita pode ser a seguinte: música é arte ou commodity? Pode haver uma sem a outra? Hoje em dia? No ocidente? E onde fica o experimentalismo.
Gostei do comentário sobre os Stones, mesmo que eles nem pensassem seriamente na implicação social, a forma (em arte) é una e completa, então a questão ética é inescapável.
Gostei,
Bj
Isabella
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